segunda-feira, março 1

La Cité de L'Automobile: mais que um templo Bugatti.

Caros BRobas,

Desculpem o desaparecimento no último mês mas estive offline esse tempo de final de semestre na faculdade e emendando com as férias, mas volto para dar continuidade nas postagens e comentar o material que o pessoal envia. Este post é mais um dos museus (depois de Porsche, BMW, Mercedes-Benz e Hockenheim Historic) que visitei e quero dividir o material com todos.

Agora escrevo sobre "La Cité de L'Automobile" em Mullouse, na França. Também conhecido como Museu da Bugatti, La Cité se tornou conhecido por aqui justamente por possuir o maior acervo de material sobre Bugatti e Ettore Bugatti - seu fundador - no mundo. Mas descobri que não é só isso. O enorme galpão abriga verdadeiras jóias de diversas marcas desde 1870, e acabou sendo um verdadeiro achado e um local de descobertas sobre o mundo automotivo.


Até então não conhecia a história desse Franco-Italiano, engenheiro mecânico, que concebeu de patinetes até motores de navio. Notável perceber a quantidade de novos conceitos de estilo e projeto que foram introduzidos em uma marca sem grande volume de produção. Entre algumas inovações estão as primeiras rodas de liga-leve, o primeiro pára-brisa “inclinado”, o conceito de limusine e o primeiro carro com duas pinturas diferentes (referência utilizada até hoje no Veyron).


Não há ligação oficial entre a Bugatti e La Cité, mas se trata de uma coleção pessoal ao longo de gerações de pessoas ligadas à Ettore Bugatti que foram guardando os modelos por lá. São mais de 400 veículos de todos os tipos e quase uma centena de fabricantes, desde os mais conhecidos até marcas finadas como Panhard, Voisin, Simca, Arzin, Ballot, etc... mas ainda assim a coleção é dominada pelas marcas francesas e destaco o grande número de Citröen na mostra permanente.

De todos os museus que visitei é o que mais gostei, onde mais me impressionei e onde mais aprendi. É simples em sua construção e a apresentação na mesma linha: carros divididos por seções e tipo de veículo, mas traz a maior riqueza da visita: comparação. É possível comparar como cada fabricante atribuiu soluções aerodinâmicas diferentes pra cada modelo frente aos mesmos problemas por exemplo.

Destaque fica para os modelos no mínimo curiosos, aqueles dos quais nunca havia ouvido falar. Curioso ver um pequeno Mercedes-Benz desenhado por Ferdinand Porsche (seria o início do besouro?), ou um micro-carro Arzens, com patrocínio e apoio técnico da Rolls-Royce, ou mesmo o mais famoso Trabant, carro feito à base de polímeros e celulose, uma das marcas da ex-Alemanha Oriental.



É divertido ver modelos com pintura descascando, bancos com costuras soltas, arranhões, pneus carecas e até sujeira de pista (asfalto e borracha nos modelos de competição). Isso dá vida e faz um entusiasta como eu viajar no tempo. Me faz lembrar que um carro tem alma, a maneira como se comporta dinamicamente e como as pessoas o usam e em que momentos, e como o Designer tem que interpretar todo o cenário de para propor algo belo, funcional, com alma e personalidade.

Essa viagem vale até para os esportivos: todos ali, rivais, enfileirados como em um grid de largada. Conhecer a história da Ferrari nas pistas através de gerações em seus modelos, seus rivais de outras épocas como os compactos Alfa Romeo e Gordini de competição, Lotus, Lola e os independentes britânicos, ao lado das flechas de prata de Mercedes-Benz e AutoUnion, desde os anos 20 e 30 até modelos mais recentes como a Williams Renault F1 de Damon Hill/Ayrton Senna ou os recentes modelos da Audi para Le Mans. Com todos os arranhões das competições.



Altamente recomendado designers, cada fresta e cada canto reserva uma surpresa, inclusive na saída, é possível andar em um Rolls-Royce da década de 40...

Abaixo segue uma pequena galeria e obrigado pela leitura.

Grande abraço


La Cité De L’Automobile :
Avenue de Colmar, 192 BP 1096, F-68051, Mullouse (França) ou http://www.collection-schlumpf.com/








6 comentários:

  1. O inveja... um dia faço essa trip! muito foda os museus ai abraço

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  2. Sensacional Ciossani!
    to babando aqui.. q legal essa oportunidade q vc tem de visitar estes museus! e mto legal tbm dividir isso conosco!
    abração e obrigado!

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  3. poxa Rodrigo, sensacional esse post... obrigado por dividir suas oportunidades conosco!

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  4. Tem bastante coisa inédita pra mim ai nessas fotos!
    Muito bom saber desses museus que agente raramente tem a oportunidade de ver em revistas ou na Televisão.

    Excelente Ciossani!

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  5. Ah! manda mais Rodrigo!!!!! Tem tanta coisa q da pra ver ao longe, q ficou a vontade d ver mais fotos....incrivel! Ta certo q a web fornece mta coisa do mundo inteiro em termos d fotos e informação, mas nd se compara a estar d pertinho e ficar horas sacando os minimos detalhes....parabens pelo post e pelo texto impecavel! Vc ta se saindo bem como editor tb...hehehehe

    abs
    jony.

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  6. Obrigado senhores... :)

    Jony... é verdade, o fato de poder olhar detalhes faz toda a diferença, e se cada um aqui visitar cada percepção será diferente, os pontos de atenção serão outros...

    Esse foi o melhor que fui até agora disparado. Sem luxo mas com muito conteúdo. Quem vier pra essas bandas tem que ir. Uma pena eles não terem um livro do museu, contando história de cada uma das mais de 400 jóias...

    Obrigado por lerem.

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