domingo, agosto 2

BMW Museum: Um museu sobre o que lembra futuro e não passado, por Rodrigo Ciossani

Oi pessoal.

Dia gelado no bairro da vila olímpica nas Olimpíadas de Munique em 1972, e bem ao lado do BMW-World, uma espécie de loja conceito. Também é próximo aos estúdios de design do grupo (BMW, BMW Motorrad, Mini e Rolls-Royce).


> Vista do “Business Building” (edifício mais alto) e do Museu da BMW (mais baixo)


O BMW-World é um projeto da marca para criação de “centros de fascinação” nas maiores cidades do mundo. É lá onde os clientes retiram seus BMWs novos, e além do tradicional showroom, há livraria, miniaturas a venda, roupas, e muitos objetos desenhados pelo BMW DesignWorks (empresa de design de produtos da marca), conhecer os processos de produção, design e engenharia em mídias interativas.


> Bicicletas desenhadas pela BMW DesignWorks e um dos corredores dentro do Museu BMW



A Arquitetura

BMW World: a arquitetura propõe uma referência às “flaming surfaces” de Chris Bangle e sua equipe, presente nos atuais modelos da marca. Já o museu da marca tem arquitetura simples, geométrica e que se visto do alto, o telhado compõe o logo da BMW.

> Arquitetura contemporânea no BMW World; “Flaming Surfaces” nas escadas...


Com salas distintas, recheadas por vidro e projeções, a visita começa por setores: motocicletas, Série 7, M e Roadsters, aeronáutica e náutica, design, veículos de competição, primeiros modelos da marca, e a divertida “anos 60”.


> As duas primeiras fotos mostram uma escultura cinética da marca, segue pela seção de esportivos e termina na sala “anos 50 e 60”.



A área de design traz modelos em escala real 1:1 em Clay, e ao final do caminho, por rampas em espiral até o topo do prédio pode-se apreciar apenas os carros-conceito mais significantes para a empresa e acompanhar um pouco da história recente da marca, desde a Série 3 no início dos anos 90, passando pela fase dos SUVs, e os últimos modelos da marca.


>Motos históricas da BMW Motorrad se misturam com conceitos. Modelos em Clay em escala real e a sala com a cronologia da Série 7.



O Futuro

Ao fim, o encontro é com o BMW GINA Concept, o tal carro de “tecido” que aparece há algum tempo em vídeos do Youtube e por aí vai. E é sobre ele em especial que quero comentar.


Conceitos BMW e entrada da sede alemã da Mini.

Ao vivo o carro impressiona bastante. A qualidade de construção é perfeita, os vãos, movimentos da carroceria e a “piscada de olhos” dos faróis são algo de especial. Como diz Chris Bangle em um dos vídeos a respeito, o carro quebra paradigmas sobre método de construção de um carro, tipo de superfície e relação homem-máquina, propondo novos desafios de design e engenharia, numa nova forma de pensar o carro. A primeira aplicação prática que me veio à cabeça conversando com Aloysio Coelho (meu mestre de engenharia) são os tetos de conversíveis, que poderiam ocupar um espaço muito menor de bagagem quando recolhidos, e por aí vai.

Reflexões sobre o GINA

As superfícies “esticadas” como característica do material compõe um efeito que não sei se hoje seria possível ser reproduzido em metal estampado. Em termos estéticos, ao mesmo tempo em que o GINA se beneficia por essas superfícies, também há um ponto negativo que é permitir apenas esse tipo de superfície, e o designer poder controlar movimentos mas não o tipo de superfície (como acontece nos plásticos e metais), o que exige um novo entendimento de sketch, modelagens e afins.


BMW GINA Concept. Foto de detalhe de superfície, gaps e acabamento.


Imagino o que um carro com essa tecnologia mudaria o processo do design. Como seria a modelagem Clay, Alias, o sketch, as projeções e modelos? Deve ser um tanto divertido – e trabalhoso - fazer sketches de um carro como se fosse uma estória em quadrinhos ou animação, uma vez que o designer passa a ter que prever TODOS os movimentos do carro e propor solução estética pra todos eles...

E como se não bastassem os tecidos usados no GINA, surgem estudos sobre os polímeros inteligentes que possibilitarão a movimentação do tecido, porém com controle de superfície (orgânicas, vincadas, etc.), ou seja, abrem-se novos horizontes para o design em todas as áreas. Acredito que essa é a maior contribuição do BMW GINA.

A visita vale a pena - somente as seções de motocicletas e carros-conceito já valeriam a pena - e você ainda pode respirar a história da marca. E não esqueça de conhecer a cidade de Munique e experimentar as cervejas e iguarias Bávaras...

BMW Museum : Am Olympiapark 2, D-80809, München (Alemanha) ou www.bmw-museum.com

Obrigado pela leitura.

Grande abraço e comentem à vontade.

Rodrigo Ciossani

rodrigodvc@gmail.com

rodrigodvc.blogspot.com

5 comentários:

  1. Belas fotos, lugares perfeitos! tdo isso faz parte do sonho de cada um q ta lendo essas materias aqui no broba tenho certeza! ainda to elndo e tirando minhas impressões mas dpois comento melhor, gostei muito da forma como o ciossa ta narrando tdo isso, essa viagem loka dele ae! muuuito bom mmo!!!

    grande abrasssssssss!!!

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  2. Legal ter alguém que presenciou o BMW Gina. Deve ter sido muito bom estar por lá!

    Qual vai ser a próxima atração?

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  3. Apenas p/ os tios de grande poder aquisitivo... hahahah.Realmente o visual do lugar é fantástico

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  4. é...
    sonhoooo!
    fantastica viagem...
    tem algum chocolate com um cupom pra visitar tudo isso ae de graça?
    com o Chris Bangle como guia...(mas pode ser uma alemã acima de 1,75m)
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    não tem né?

    se alguem desenrolar uma visitinha ali na volks anchieta ja ta muito bom!

    Abraços!
    E otimos posts Broba.

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  5. Puts...finalmente achei o lugar de comentar :x. Vlw leonel.

    Todo mundo precisa dar uma passada nesses museus algum dia da vida...

    Bruno Said

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